Há muito tempo que não trato do jardim
Da última vez estava vistoso
As rosas a tingirem de vermelho
O perfume a preencher a nossa mente
E agora esta deprimente…
Já não há correrias atrás da bola
Os grilos a cantarem ao entardecer
Parece que foi há séculos
Que deixei de ter o simples prazer
De no seu sossego me envolver…
Jardim em Mim...
...
Incolor
Evolução...
Há um pequeno animal em todos nós.
E devemos festejar isso.
É o nosso instinto animal que nos faz buscar conforto, calor.
E devemos festejar isso.
É o nosso instinto animal que nos faz buscar conforto, calor.
Procurar uma alcateia.
Podemos sentir-nos enjaulados.
Podemos sentir-nos encurralados.
Mas como humanos, arranjamos maneiras de nos sentirmos livres.
Protegemo-nos uns aos outros.
Somos os guardiões da nossa humanidade.
Podemos sentir-nos enjaulados.
Podemos sentir-nos encurralados.
Mas como humanos, arranjamos maneiras de nos sentirmos livres.
Protegemo-nos uns aos outros.
Somos os guardiões da nossa humanidade.
E apesar de haver um animal dentro de todos nós...
O que nos distingue dos animais é que pensamos, sentimos, sonhamos e amamos.
E contra todas as expectativas, contra todos os instintos...
Evoluímos
O que nos distingue dos animais é que pensamos, sentimos, sonhamos e amamos.
E contra todas as expectativas, contra todos os instintos...
Evoluímos
Conto de Fadas
Estendidos no recato das dunas
a memória dos dias esquecidos
ouvimos os Blues abrir a imaginação dos labirintos obscuros
despertando monstros escondidos
segredando ao megafone por entre as sombras da realidade
num orgasmo de gritos sufocados e silenciosos
meretriz metadona que nos ilumina a mente
em torrentes de lava e espasmos quentes
a encher a noite de fantasmas
num sarcasmo de um conto de fadas.
a memória dos dias esquecidos
ouvimos os Blues abrir a imaginação dos labirintos obscuros
despertando monstros escondidos
segredando ao megafone por entre as sombras da realidade
num orgasmo de gritos sufocados e silenciosos
meretriz metadona que nos ilumina a mente
em torrentes de lava e espasmos quentes
a encher a noite de fantasmas
num sarcasmo de um conto de fadas.
Ser...
Despojado na calçada
esse sentimento alado
que resvala de alma em alma
pedante
caduco
herdeiro das folias errantes
fugidio da sanidade sã
da luz do dia
esse sentimento alado
que resvala de alma em alma
pedante
caduco
herdeiro das folias errantes
fugidio da sanidade sã
da luz do dia
Esconde-se por trás da noite
qual criatura sombria
macabra
esguia
qual criatura sombria
macabra
esguia
Torturado pela beatitude
amante da aberração lírica
amante da aberração lírica
joga na penumbra o seu charme
atraindo a Si a mais ingénua cria
Sonho
Tudo é negro
menos os nossos olhos
que dardejam luz
como o reflexo do sol
no mar salgado
por entre as ondas
que embalam
a sereia
feiticeira
dos marinheiros sonhadores
que na sua voz procuram
a doçura
a ternura
o encanto
dos sonhos perdidos
outrora vividos
ao som do búzio rouco
das histórias do pirata louco
como uma droga
que nos ilumina a mente
que enche a noite
num sorriso permanente
até ao romper da aurora
até ao fim desta
história
Vagueio sem vaguear
Vagueio sem destino
sem sair do lugar
penso sem pensar
olho sem olhar
falo sem falar
Corro o mundo
com os olhos fechados
com os ouvidos tapados
sem respirar
Escondo-me
refugio-me
procuro o equilíbrio
sem procurar
Escuto sem ouvir
suo sem transpirar
admiro sem admirar
escrevo sem escrever
Vagueio sem destino
Vagueio no limbo
Vagueio sem vaguear
sem sair do lugar
penso sem pensar
olho sem olhar
falo sem falar
Corro o mundo
com os olhos fechados
com os ouvidos tapados
sem respirar
Escondo-me
refugio-me
procuro o equilíbrio
sem procurar
Escuto sem ouvir
suo sem transpirar
admiro sem admirar
escrevo sem escrever
Vagueio sem destino
Vagueio no limbo
Vagueio sem vaguear
Vertigem
O sangue corre mais forte
como a vertigem das prosas perdidas no leito da noite
onde se sente o leve toque que nos faz arrepiar
num espantoso enlace com a beatitude
Ficamos horas a falar sob a noite serena
sentindo o toque da confiança na ponta dos dedos
do absoluto
do presente
das ideias que nos assaltam o cérebro
num faiscar de exaltação demente
A um minuto de Ti...
Jardim do pecado
Procuro no meu jardim
o cheiro inebriante da paixão
o desejo do pecado
aquela sensação de imensidão
incitada pela loucura
pelo frenesim possuído
pelas feromonas libertadas
dessa essência macabra
Procuro no meu jardim
o sonho da liberdade
para o desejo ocultado
na rede da maldade
que vive ofuscado
pelas ninfas inebriantes
que por meros instantes
exalam o mau-olhado
o sonho da liberdade
para o desejo ocultado
na rede da maldade
que vive ofuscado
pelas ninfas inebriantes
que por meros instantes
exalam o mau-olhado
Procuro no meu jardim
esse aroma radiante
libertado pelo teu corpo
pela respiração ofegante
pelos suores frios
pelo anseio contido
no prazer anunciado
pelo climax apaixonado
esse aroma radiante
libertado pelo teu corpo
pela respiração ofegante
pelos suores frios
pelo anseio contido
no prazer anunciado
pelo climax apaixonado
Ser
Fico sentado a admirar o reflexo da lua
nas águas límpidas do rio corrente
observo o peixe que salta na margem
livre, alegre, reluzente
como a alma das gentes
que da vida não têm amargura
e que nela depositam a sua cura
na certeza que o tempo tudo sutura
da mais pequena das feridas
à maior das desventuras
Gostava de ser um simples ser
que nada tem a temer
porque sabe que o amanhã
será só um amanhã
e que de certeza o irá ser...
Gostava de ser um simples Ser.
Mar
Doce maresia se abate
na esbelta ondulação
harmonioso som liberta
água salgada revolta
que acalma na rebentação
na esbelta ondulação
harmonioso som liberta
água salgada revolta
que acalma na rebentação
Na vazante, brilho de luz
reflexo da lua cheia
terna a sua paixão
concubina da solidão
amante da saudade
espelho da emoção
reflexo da lua cheia
terna a sua paixão
concubina da solidão
amante da saudade
espelho da emoção
Na sua água fria
encontro o calor
ténue da dor
da distância sentida
deste novo ardor
encontro o calor
ténue da dor
da distância sentida
deste novo ardor
Luz
Para Ti...
Seduzido pelo Teu perfume
Deixo-me possuir pelas feromonas da paixão
Num desejo de Te Amar
Num desejo de girar sem parar
Até cair
Tudo são sombras difusas
Incertezas, especulações sem sentido...
Quero mais é rodopiar
Girar neste carrossel atroz
Quero-te
Vislumbro o teu Ser
A tua forma de lutar, guerrear
A certeza de vencer os Moinhos de Vento
Que giram
Sem parar
O Meu Ser
O Teu Ser
Rua sem nome
Percorro uma rua sem nome
Por entre uma multidão desconhecida
Sinto os seus olhares vazios
Sinto os seus sentimentos frios
Como aqueles que me perseguiam
O assombro apressa o passo
A solidão provoca o ardor
O medo o terror
Não há palavras que nos digam
Quão funda pode ser a dor
Basta um olhar
Um silêncio
Um gesto apenas
Para a alma se preencher
De imagens serenas
Por entre uma multidão desconhecida
Sinto os seus olhares vazios
Sinto os seus sentimentos frios
Como aqueles que me perseguiam
O assombro apressa o passo
A solidão provoca o ardor
O medo o terror
Não há palavras que nos digam
Quão funda pode ser a dor
Basta um olhar
Um silêncio
Um gesto apenas
Para a alma se preencher
De imagens serenas
Solidão
Vampiro
Absorvo o teu reflexo
Como o de um vampiro no espelho
Sacio-me com o teu perfume
Que me preenche o desejo
A tua pele clara e desnuda
Fervilha-me o sangue regelado
Cria-me suores dolorosos
Que se deleitam no ceio do afago
Espinhos cravam-me a mente
No prazer da luxúria
A ira balança no limbo
Na saudade cravo a sua cura
Como o de um vampiro no espelho
Sacio-me com o teu perfume
Que me preenche o desejo
A tua pele clara e desnuda
Fervilha-me o sangue regelado
Cria-me suores dolorosos
Que se deleitam no ceio do afago
Espinhos cravam-me a mente
No prazer da luxúria
A ira balança no limbo
Na saudade cravo a sua cura
Sinto
Pecado
Caminho pelo reflexo
Da luz que me tormenta
No chão em mim
Caminho caminhando
Sem sentido nem destino
Nesta rua sem fim
Fujo da voz
Que segreda em mim
Pensamentos que penso
Sentimentos que sinto
Aos quais quero resistir
Dos quais quero fugir
Das vozes que me atormentam
A lucidez em mim
Tenho receio de adormecer
Num sono sem fim
Da luz que me tormenta
No chão em mim
Caminho caminhando
Sem sentido nem destino
Nesta rua sem fim
Fujo da voz
Que segreda em mim
Pensamentos que penso
Sentimentos que sinto
Aos quais quero resistir
Dos quais quero fugir
Das vozes que me atormentam
A lucidez em mim
Tenho receio de adormecer
Num sono sem fim
Lua
Floresta de sonho
Atravesso a floresta a sonhar
com os olhos vazios, que nenhum olhar compreende
é isto um sonho ou são os meus olhos que a vêem,
uma mulher misteriosa com um manto escuro
negro como os seus olhos, macio como o veludo
Vestígios cortantes de uma alma amordaçada
grito por ajuda, corro no seu encalço
atrás da floresta de sonho, que me faz sinal de morrer
e num piscar de olho, entre choque e dor,
entre o poder e o querer
O meu rosto olhou-me: A mulher eras Tu
Madrugada azul
Saudade escondida nas sombras da luz
sorriso melancólico que se reproduz
no imaginário inocente encoberto
da felicidade radiante do incerto
Primeiro Amor agora descoberto
sob um manto azul desperto
que cobre a timidez reflectida
da uma nova alma sonhadora contida
Madrugada azul embelezada
pela saudade sorridente iluminada
cruzada pela incerteza do destino
novo rumo trilhado pelo desconhecido
Quero
Navego nas águas turvas
Do seu olhar
Do seu olhar
Sinto a força de Deus
No seu pesar
Ardo no seu ardor
Amo no seu Amar
Mágoas antigas
Que o tempo desgasta
Sentimentos perdidos
Que a vista não alcança
Ardo no seu ardor
Amo no seu Amar
Desejo contido
No seu pesar
Ardo no seu ardor
Amo no seu Amar
Mágoas antigas
Que o tempo desgasta
Sentimentos perdidos
Que a vista não alcança
Ardo no seu ardor
Amo no seu Amar
Desejo contido
Prestes a vociferar
Prazer desmedido
Que anseia despertar
Ardo no seu ardor
Amo no seu Amar
Balanço no seu balançar…
Amor faminto
Insegurança
Amor amordaçado
Amordaçado amor faminto
que percorre nas veias fervilhantes
na alegria das estrofes perdidas
num enlace com a plenitude desejada
com o cérebro numa exaltação demente
como se o anseio fosse magia
do medo desvairado se alimentasse
das ruas frias adormecidas
do calor das sombras fugidias nos aguardasse
desta carência contagiante contida
na ira instigada adormecida
nos quentes lençóis da mente
Luminosidade
Dois corpos, uma Alma
Mundo imaginário
Vampiro
Bússola
À procura da vida
Percorro caminhos sinuosos
como um barco à deriva
procuro um porto seguro
aquele que me deu guarida
nas noites mal dormidas
nos momentos difíceis
nas horas de alegria
Procuro reconquistar a magia
perdida sem ser vista
que esteve sempre do meu lado
sem nunca ter sido vivida
Percorro caminhos sinuosos
à procura da minha vida
(...)