Amor faminto




Sinto o sopro quente que me invade a alma
Sinto o som forte do batuque no meu peito
Da prisão feita da mágoa em mim
Do calor intenso das chamas sem fim
Deleito prazer do calor desmedido
Deste Amor incessante faminto



Insegurança





Vivia escondida sob um tíbio de luz
com medo da frieza desumana
de seu nome Amor se reproduzia
a procura infindável do seu ser
na repleta infame insegurança





Amor amordaçado



Amordaçado amor faminto
que percorre nas veias fervilhantes
na alegria das estrofes perdidas
num enlace com a plenitude desejada
com o cérebro numa exaltação demente
como se o anseio fosse magia
do medo desvairado se alimentasse
das ruas frias adormecidas
do calor das sombras fugidias nos aguardasse
desta carência contagiante contida
na ira instigada adormecida
nos quentes lençóis da mente



Luminosidade



Tatuo no meu corpo um sinal
de chama acesa de árdua paixão
que ateou em mim um canto
de puro exercício da razão
trazendo o encanto, luz e afecto
de um rosto amado e terno
sem mágoa nem compaixão

Faz-se dia dentro de mim
na cor poente de um céu inflamado
de uma luminosidade sem fim