Vagueio sem vaguear



Vagueio sem destino
sem sair do lugar
penso sem pensar
olho sem olhar
falo sem falar
Corro o mundo
com os olhos fechados
com os ouvidos tapados
sem respirar
Escondo-me
refugio-me
procuro o equilíbrio
sem procurar
Escuto sem ouvir
suo sem transpirar
admiro sem admirar
escrevo sem escrever
Vagueio sem destino
Vagueio no limbo
Vagueio sem vaguear






Vertigem


O sangue corre mais forte
como a vertigem das prosas perdidas no leito da noite
onde se sente o leve toque que nos faz arrepiar
num espantoso enlace com a beatitude
Ficamos horas a falar sob a noite serena
sentindo o toque da confiança na ponta dos dedos
do absoluto
do presente
das ideias que nos assaltam o cérebro
num faiscar de exaltação demente